domingo, 20 de abril de 2008

Bloc Party - 2007 - A Weekend In the City


Quando uma banda passa o teste do segundo álbum, é sinal que não são uns quaisqueres. É exactamente isto que se passa com Kele Okereke e companhia. A crueza do álbum de estreia "Silent Alarm" foi posta de lado. Mesmo com a pressão da imprensa eles tiveram a coragem de mudar o tipo de registo e isso é louvável.
Este registo passa mais pelo rock, deixando de lado o Punk ou o Post Punk assinalados no primeiro álbum. Assim, deixamos de fora comparações aos Gang of Four ou aos Franz Ferdinand e passamos a poder compará-los a Radiohead ou Pink Floyd. Parecendo que não, estas bandas têm muito em comum.
Trata-se de um álbum conceptual, sob a temática do dia-a-dia na cidade londrina. O conceito bastante interessante, com letras bastante profundas e introspectivas.

01 # Song For Clay (Disappear Here)


Perfeito para abertura de concertos. Início calmo, o uso de ebows assenta que nem uma luva aos acordes de Okereke. A explosão dá-se quando a bateria mostra sinais de vida e o riff de Russell explode com uma vivacidade enorme. É um bocado difícil descrever o que se passa nesta musica. O riff passa e ouvem-se coros de fundo enquanto a guitarra de Kele, o baixo e a bateria se fazem ouvir. Quando isto passa uma inesperada explosão volta a acontecer. "Self pity won't save you" diz ele, e um segundo riff de Russell dá sinais de vida. Com ainda mais energia do que o primeiro, mais rock e mais rápido. A prova de que Russell é um génio criativo. Guitarras por todo o lado. Um pequeno solo ao bom estilo de Jonny Greenwood faz-se ouvir, bem electrónico. Uma paragem perfeita para um coro colectivo num "coliseu" cheio de fãs. ;) seguida do regresso do riff fulgurante acompanhado numa linha de baixo inspirada no riff inicial, são as receitas para um final perfeito.

02 # Hunting For Witches
http://www.youtube.com/watch?v=P2EkcT9q28Q


Início brutal. Vozes cortadas, gravadas em stéreo, misturadas num som que até soa bem. Seguidas de uma introdução inovadora por parte da guitarra de Russell. As cordas são arranhadas e o som é brutal. A batida de Matt faz-se ouvir. Muito catchy como sempre, quando o riff entra. Soa demasiadamente bem e é um dos riffs do ano! A letra faz referência a ataques terroristas, talvez a mais directa que Kele escreveu. O refrão faz a guitarra de Kele explodir. Uma música onde o baixo desilude... Mesmo assim não é isso que a estraga. A música é escelente e super enérgica. Depois do 2ºrefrão, as guitarras fazem-se ouvir em conjunto. Brutal. Criatividade não lhes falta e esta música é bem prova disso.É também o 3º e último single retirado deste álbum.

03 # Waiting For The 7.18
http://www.youtube.com/watch?v=o_eHGTfxzQg


Provavelmente a maior inspiração em Radiohead. Desde o começo em Glockenspiel à batida energética e electrónica, a fazer lembrar os tempos de Ok Computer. A guitarra de Russell faz o ambiente, até que o refrão entra de uma maneira épica com as guitarras a berrar. O solo final é de Okereke, o que não é usual na banda, mesmo assim, não deixa de ser bastante bom. Os arranjos de fundo são algo do outro mundo.


04 # The Prayer


http://www.youtube.com/watch?v=T8oRFcA0mFM


Single de apresentação ao novo álbum. Estranha-se mas depois entranha-se. Dá maior ênfase à batida mas as guitarras são de génio. As letras são referências a drogas como LSD e Ecstasy. Para os "não fãs" será a musica mais fácil de ouvir. O solo final é algo de espectacular. :)

05 # Uniform
http://www.youtube.com/watch?v=geFpyg5KCbU


A melhor música de todo o álbum. Extremamente complexa e perfeita. Começa de novo com e-bow para uma batida calma e um riff belo de Kele. A letra é fenomenal. Na minha opinião, a melhor do álbum. Depende do que cada um se identifica. A passagem dá-se para um riff de Russell. A bateria torna a mudar e o riff de Kele também. Toda a ambiência da música está em permanente mutação. Quando a bateria acelera, pode-se dizer que começou o monstro do rock. Os efeitos de background fantásticos com sempre, enquanto a batida rápida lhe dá pulsação. Os efeitos que Russell faz estão fantásticos e ficam extremamente bem na música. Explosões a meio, até que se dá a explosão final para um riff rockeiro como pouco se vê nesta banda. Perfeita para o headbanging. Pasando outra vez para outra secção, para voltar ao riff e de seguida um solo fantástico, para um final perfeito de volta ao riff inicial.


06 # On

http://www.lastfm.com.br/music/Bloc+Party/_/On


Mais uma música com claras influências em Radiohead. Beat electrónico e efeitos de fundo com guitarra. Fantástica música com imensas alterações apesar de não parecer. O fim é épico. :)


07 # Where's Home?

Início vocal, com barulho de fundo. Soa demasiado bem e a batida (mais uma vez electrónica) é perfeita. Efeitos quase aleatórios surgem na música. Aqueles efeitos que normalmente saiam em soundchecks ao vivo da banda, aparecem aqui em formato de música de vez em quando. Vocais de fundo, e letra a falar de racismo. Fantástico. Riff de guitarra no refrão e solo final, fazem mais uma obra prima.

08 # Kreuzberg
http://www.youtube.com/watch?v=XRjQMkOLx8g


A musica começa com um riff extremamente melódico-doce. Soa muito bem e é viciante. É de louvar o trabalho de Russell nesta música. A batida marca pulsação, enquanto Kele entra na música. Parece que nem se precisa de esforçar para que a sua voz soe bem. Até que entra o refrão e mais um excelente trabalho de guitarra por parte de Russell, demonstrando a sua creatividade mais uma vez. Voltando à sequência inicial (com açguns efeitos de background) Até que entra num "bridge" brutal e épico. Entram pela primeira vez 3 vozes numa música. Não, Russell não canta ainda (e ainda bem xD) é sim Matt que enquanto faz uma batida espectacular canta o coro. Até que o final emocionante chega com as guitarras a ecoar.

09 # I Still Remember
http://www.youtube.com/watch?v=HH2Bbb5ZUug


2º single do álbum. Uma boa música, mas a mais fraca do registo. Não deixa mesmo assim de ser fantástica. As letras são inspiradas num amor homossexual, deixando assim rumores levantados acerca da orientação sexual do vocalista. O riff é doce, mais uma vez, e fantástico, apesar de simples. Faz lembrar This Modern Love. É uma música simples, contrariando o resto do álbum. A acabar com o riff inicial mas mais agudo. Emocionante mais uma vez.

10 # Sunday
http://www.youtube.com/watch?v=A55cr3enG-M


Música tocada com 2 bateristas (Matt e Gordon). Fazem uma batida interessante (parecendo inspirada na Speed of Sound dos Coldplay). Kele fica com o cargo de baixista, não abandonando a guitarra mesmo assim e Russell fica completamente à vontade para criar uma música linda e brutal. Começa com alguns acordes, mudando e dando um certo ambiente à música. Com os sempre bem-vindos vocais de background, a música entra no refrão, com um trabalho de guitarra fantástico e com umas letras nunca vistas. Talvez a música mais virada para o romance de Bloc Party. Russell continua a inventar, e continua a soar bem. Depois do refrão, vem uma secção calma, com acordes de Russell novamente, seguidos de uma explosão para um solo lindo e épico. Fim perfeito.


11 # SRXT
http://www.youtube.com/watch?v=aS6KySmWvwg


Musica com um toque de Pink Floyd. Esta música é a mais épica da banda, e uma das melhores de sempre. Arranjos perfeitos de guitarra, acompanhamento de Glockenspiel mais uma vez, até que a bateria explode, dando um toque ainda mais épico. O coro a dominar, enquanto a épicidade acaba num puro momento de canções de embalar.... O fim ideal para o álbum do ano.

9.7/10

Ar-de-Rocker

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei do álbum, mais do que do anterior.

Descrição

Blogue onde irei falar principalmente de música e videojogos. Irei tentar fazer uma abordagem leve ao cinema e outras artes sempre que entrar em contacto com elas.

Teared Clouds

Audição completa do álbum aqui:

Main Dish - Teared Clouds

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