Mais um capítulo de "Breves" desta vez com a discografia dos Mars Volta que maracaram passagem em Portugal na mais recente edição do festival Paredes De Coura. Os variados registos passam por sonoridades latinas e "jazzísticas" sempre com uma estrutura Progressiva. Conta também com colaborações de alguns membros dos Red Hot Chilli Pepper's e a produção é feita pelo cabecilha Omar Rodriguez.
De-Loused in the Comatorium (2003)
Este álbum conta a história de um toxicodependente na primeira pessoa. As letras são agressivas, a combinar com a sonoridade Hard Rock/Prog, com pontas de jazz. As jams intermináveis dão aso a sessões de improvisamento ao vivo. Por muitos escolhido como o melhor da banda, De-Loused é um álbum absolutamente genial, não recomendado aos fãs mais acérrimos do Prog anos 60/70, mas as influências dessa década são mais do que notórias no álbum. O que pode causar aflição aos ouvidos mais sensíveis, será a mistura explosiva com o Hard Rock bem pesado e as improvisações à boa moda do Jazz. Que maneira fantástica para abrir um milénio do que receber um álbum que promete ser um marco na história da música. Os Mars Volta vieram para marcar a diferença. Recomendado a qualquer fã de música contemporânea, que não necessite de refrões orelhudos para gostar da música que ouve, e que não se assuste com sonoridades mais pesadas.
10/10
Frances The Mute (2005)
Poucas vezes se fala neste álbum quando se refere Mars Volta. Pode-se considerar desvalorizado. O sucessor de De-Loused é absolutamente genial e não pode ser comparado com o anterior. As sonoridades latinas são bem evidentes neste registo e são muito bem vindas pois trazem uma componente dançável ao som da banda. Particularmente neste álbum, as músicas podem ser completamente abusadas ao vivo pois contém uma componente que permite alargar infinitamente a música sem que se torne aborrecida e deixando o Omar com caminho livre para a improvisação diabólica e solos aterradores que o caracterizam e bem.
9.7/10
Amputechture (2006)
9.7/10
Visto pelos fãs como o patinho feio na discografia dos Mars Volta, na verdade é um álbum de topo e nota máxima indiscutível sendo também o primeiro álbum não conceptual da banda. As estruturas das faixas estão ainda mais destruturadas e quase inaudíveis ao ouvido do comum mortal. Solos a rasgar, vindos do nada, completamente estonteantes, músicas com mais material do que um álbum inteiro algumas bandas, componente jazz mais notória do que nos outros registos, mais um marco na história musical. Destaque especial para o solo de Viscera Eyes que é apontado como um dos melhores de sempre por varios sites e publicações musicais.
10/10
The Bedlam In Goliath (2008)
10/10
O mais recente álbum da banda volta aos tempos do conceptualismo a nível lírico. O registo mais fraco da banda é, ainda assim, um dos melhores que ouvi neste ano. Figurará decerto nas escolhas clichés de melhores álbuns do ano. Este álbum sofre de alguma irregularidade e perda de complexidade estrutural nas músicas. Músicas como "Goliath" levam outro tratamento ao vivo, passando dos 9 para os 20/30 minutos. Isso sim, deveria figurar no álbum. Esperemos que não seja a editora a pôr as rédeas à sonoridade perturbadora da banda, isso seria uma pena. Contudo, um álbum recomendado aos que sentem dificuldade em entrar no maravilhoso mundo dos Mars Volta.
8.9/10
8.9/10
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